O que é
gravura
Ato ou efeito de gravar. Arte de formar por meio de incisões e de talhos, ou de fixar, por meios químicos, em metal, em madeira, em pedra, imagens em baixo ou em alto relevo, para registro de uma imagem – como no início da história humana – ou para reprodução e multiplicação com entintamento manual e impressão realizada com auxílio de uma prensa especial, em papel ou em outro material. Existem variadas técnicas de multiplicação de uma imagem. Apenas a gravura em metal e a xilogravura podem ser chamadas de gravura. Quando não há a incisão ou o entalho na matriz, são apenas consideradas estampas, e não gravuras.
A arte da gravura é uma arte muito antiga. Desde os primórdios da humanidade, o homem deixa sua marca na matéria dura da pedra, em ossos, na madeira e, mais tarde, no metal. Até o século IX, no Oriente e, posteriormente, na Itália, grandes placas de madeira foram usadas para imprimir tecidos. Era a estamparia. A gravação em metal, com a posterior impressão, data de meados do século XV. Os ourives, por necessidade de ofício, descobriram vários processos da gravura de estampa e de cópia à maneira da xilogravura.
A gravura tem, em sua essência, duas vertentes: é una e múltipla ao mesmo tempo. Una consiste em uma única imagem, uma matriz original. Múltipla permite a edição de um número determinado de exemplares impressos da mesma matriz, gerando imagens perfeitamente semelhantes. O processo completo se constitui do uno e do múltiplo, que se integram e são indissolúveis. Não existe um sem o outro.
Técnicas de Gravura
I. Técnicas que prescindem da utilização do ácido nítrico:
Ponta seca e buril – utilização de instrumento diretamente sobre a placa para realizar o desenho.
Craquelê – utilização de dois vernizes especiais sobrepostos.
Relevo – moldagem do carburundum com cola criando relevos.
Carburundum com efeito de água-tinta – aplicação de uma camada fina de carburundum e de cola.
II. Técnicas com utilização de banhos de ácido nítrico:
Água-forte – técnica de corrosão; calcogravura, em que os sulcos são gravados por banhos de ácidos que geram linhas na placa.
Água-tinta – obtenção de manchas e de texturas utilizando breu em pó, que é queimado para fixação e, posteriormente, levado ao banho de ácido. Variações da água-tinta com outros materiais: lápis de cera, açúcar, sal ou lixa.
Verniz mole – aplicação de verniz sobre toda a placa e das texturas desejadas (folhas secas, tarlatanas, fios ou outros materiais não muito espessos). Passar pela prensa para marcar as texturas sobre o verniz e levar ao banho de ácido.
Relevo – técnica, em geral, de complementação. Utiliza-se, inicialmente, o processo da água-forte (traços) para determinar o desenho. Desengordura-se bem a placa, para que o material de proteção possa ser bem fixado. Determinam-se, então, os lugares onde o baixo relevo vai entrar e protejo o resto da placa com uma camada forte de asfalto. É necessária uma boa proteção, pois a permanência no ácido, em geral, é longa, para se obterem as profundidades desejadas. Como nas outras técnicas, quanto maior o tempo de exposição ao ácido, mais profunda será a gravação.
Craquelê – A fórmula de mestre Friedlaender é uma var iante das outras duas: passar o verniz mole sobre a placa desengordurada; espalhar uma camada de gelatina ainda quente; deixar esfriar, e o craquelê aparece .
Todas essas técnicas estão detalhadas e aprofundadas no livro Sonhos, momentos, emoções, lançado em 2008. Para adquirir o livro entre em contato aqui.